Uma vida de amor pelo mar alto
“Uma gaivota foi feita para voar, um navio para navegar, um homem para explorar, descobrir, amar e enriquecer com o que lhe foi dado encontrar.”
É um prazer para mim retomar estas palavras nas páginas do meu site www.bomdiasonia.com, que criei quando parti para Portugal em 2021. Ainda mais do que ontem e menos do que amanhã, elas carregam toda a complexidade que sempre fez parte de mim.
As viagens tornam-no jovem? Não, acho que a alimentam, e isso, pelo menos para mim, é o principal. E não, três vezes NÃO, partir não é fugir.
É dar a si mesmo a oportunidade de viver outra coisa, ou quem sabe, sobreviver ao que estava lá que já não o fazia feliz, ou pelo menos não o suficiente para ficar. Mas é verdade que, se o jogo vale a pena, a desistência pode custar-nos tanto literal como figurativamente.
É triste quando as pessoas já não se atrevem a atravessar o limiar da sua própria casa, a abrir as janelas, e muito menos a aproximar-se de um desconhecido e a levantar voo se, no fundo, sentirem essa necessidade.
Todos os dias, fecham-se, retraem-se e morrem lentamente, por vezes sem se aperceberem dos danos que causam a si próprios e, por vezes pior, aos que os rodeiam.
Acabo de reler um romance de Zoé Brisby * “L’habit ne fait pas le moineau”. É uma verdadeira história de amor, quase impossível, mas tão fresca e “revigorante”, exatamente como eu gosto. E, no entanto, a heroína, cujo adorável nome próprio é Maxine, tem mais de 90 anos! Recomendo vivamente a sua leitura.
Uma viagem de 48 horas pode mudar radicalmente a nossa vida. Ontem, hoje e ainda mais amanhã.
É por isso que quero dar-me a força e os meios para nunca pôr a minha mala no armário ou, pior ainda, para fechar a porta àqueles com quem me cruzo.
Quero continuar a descobrir, a amar e a partilhar.
Com o Bom Dia Algarve, é exatamente isso que vai acontecer.
Anda, levo-te comigo?
*Zoe BRISBY-, Clothes don’t make the sparrow- Coleção ” Le livre de poche. »